sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Capa do dvd do filme - obra de valor

  Rebelião em Vila Rica

     Acostumados a uma mixuruca de canais, e ainda assim com imagens ruins, quase sempre nos obrigando ao risco de subir ao telhado em busca de melhorar o sinal da tevê, a RCA Company veio para mudar a nossa forma de ver televisão em Teresópolis. Instalado o sinal em casa, coisa rápida e de custo razoável, passamos a receber os canais abertos com as novelas que tantos gostam, os canais de filmes, de lazer, de esportes... Tem até os canais da Justiça, ou da Assembléia, da Câmara e do Senado, com os homens de ternos e gravatas que mandam no país ditando suas leis e interpretando as sociedades que formamos ao longo de todas as nossas culturas, diversas, e aparentemente representadas.
     É coisa pra ver que não acaba mais, principalmente para quem tem o pacote cheio, que vai do 2 ao 100. É tanta opção, que tornando-se mais importante que a variedade de programas, o controle remoto faz refém o outro, e supostamente no controle dos dois, o dono do aparelho de tevê acaba vítima das vontades que não consegue controlar, tornando-se o amigo inseparável do aparelho que comanda o outro, passando a ter suas vontadades comandadas pelos dois.
    Foi me sentindo assim que passei bom tempo em frente a tevê no último domingo. Rodei do dois ao 100, de cima pra baixo e de baixo pra cima, de novo, não encontrando nada que quisesse ver, até que parei num filme que estava sendo exibido na tv Justiça, canal que, aliás, que já tinha me prendido a atenção no meio da semana, quando em uma hora de transmissão ao vivo da sessão do TSE, vi mais de duzentos candidatos terem seus recursos negados pelos ministros eleitorais.
     A decisão de parar no filme, vamos ao que interessa, me fez ganhar a noite. Era o "Revolução em Vila Rica", de José Pereira dos Santos. Tendo como cenário a cidade de Ouro Preto, o filme usa como argumento a Inconfidência Mineira, passando nos mesmos logradouros públicos e edifícios históricos onde ocorreu o evento, a trama que levou um grupo de estudantes da escola de Minas e Metalurgia de Ouro Preto rebelar-se contra a tentativa de transferência de sua faculdade para outra cidade, passando a conspirar contra os atos arbitrários da instituição.
     Vale ver o filme, e conhecer um pouquinho mais sobre a história do Brasil. É uma peça de ficção, mas baseada numa história real e pouco conhecida de todos nós.
     Xavier é o nome do líder estudantil do movimento e os seus companheiros de conspiração o poeta Gonzaga, que é noivo de Marília, também nome da musa inspiradora dos inconfidentes. Transferido o seu diretor, assume Furtado, que torna-se o algoz dos estudantes ao tomar diversas medidas contra os jovens, como o fechamento da República e o aumento das anuidades, além da cobrança dos atrasados devidos pelos estudantes, atos que provocam uma onda de revolta em Ouro Preto e a tentativa de invasão da faculdade de Minas e Metalurgia pelos universitários.
    Ao final, Xavier é morto e a rebelião tem fim com a renúncia do diretor Furtado. Contei o óbvio fim do filme. Mas, guardei segredo quanto às tramas, e recomendo a quem gosta de uma boa história procurar alugá-lo ou assistir quando for exibido numa nova sessão do cineclube.
Crânios de algumas das vítimas dos leões de Tsavo, no Quênia

  Sombra e Escuridão

     Em 1898, britânicos começaram a construção de uma ponte ferroviária sobre o rio Tsavo no Quênia. Durante os próximos nove meses, trabalhadores ferroviários tornaram-se alvo de dois leões comedores de homens. Eles eram enormes, medindo mais de três metros de comprimento. No início, os dois leões caçavam e sequestravam os homens das suas barracas, arrastando-os para o mato e devorando-os durante a noite. Mas logo eles se tornaram mais audaciosos, e matavam e se alimentavam de sua carne a poucos metros das barracas. A ferocidade e astúcia dos leões eram tão extraordinárias que muitos nativos pensavam que não eram leões, mas sim demônios, ou talvez a reencarnação dos antigos reis locais tentando repelir os invasores britânicos (a crença de reis mortos que renascem como leões era uma vez muito comum na África Oriental). Os dois monstros foram apelidados de "A Sombra e a Escuridão", e os trabalhadores estavam com tanto medo que eles fugiram as centenas de Tsavo. A construção ferroviária foi interrompida, ninguém queria ser a próxima vítima dos "leões do diabo".
     Foi aí que o engenheiro-chefe responsável pelo projeto ferroviário, John Henry Patterson, decidiu que a única solução era matar os leões. Ele estava muito perto de ser morto pelos leões, mas, finalmente, conseguiu atirar e matar o primeiro leão em 9 de dezembro de 1899, e duas semanas depois, ele conseguiu matar o segundo. Aquela altura, os leões haviam matado mais de 140 pessoas. Patterson também encontrou o esconderijo dos leões. Uma caverna perto da margem do rio Tsavo, que continha os restos mortais de muitas vítimas humanas, bem como peças de roupas e ornamentos. Esta caverna ainda existe até hoje e, apesar de muitos ossos terem sido desenterrados, é dito que muitos ainda permanecem no interior. Alguns especialistas afirmaram recentemente que os leões só comeram cerca de 35 das suas vítimas humanas. Mas isso não significa que eles não mataram muitos outros.