sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013



  Serrana, a revista de Teresópolis

     Em fevereiro de 1956, surgia a mais bem sucedida publicação impressa em formato revista de Teresópolis. Criação do jornalista Renato Ferro, que já atuava como colunista dos semanários locais, a REVISTA SERRANA durou até 1982, extinguindo sua primeira fase seis anos depois do surgimento, com a edição de número 54, em 1962.
O Número 1 da Revista Serrana, em 1956
     Na edição Número 1, o corpo editorial da Revista Serrana era composto dos homens de imprensa Ulysses Souto, Alfredo Tymbira de Carvalho, Arthur Dal-masso, Antonio Sumavielle, Aurélio Lopes, Sylvio Guimarães, Rubens Tava-res e Luiz Sá, contando ainda com a colaboração do engenheiro agrônomo Osiris Rahal, do Fiscal de Rendas Rubem Alsina, de Sebastião de Barros, Jair Damasceno, Gentil Carvalho e Jorge Carvalho. As fotografias publicadas na revista eram feitas pelos fotógrafos Benvenuto Torri Machi e João Monteiro, e pelo Foto Vitória, também de propriedade de Renato Ferro.
     Renato Ferro tinha vários segredos para o seu sucesso. Nos moldes da revista O Cruzeiro, a Serrana tinha uma capa atraente, sempre com uma garota bonita ou um político influente. Os textos eram curtos e objetivos e os colunistas bem escolhidos, trazendo temas sempre relevantes. “Serrana não é filha de um idealista, mas sim, filha de um idealismo coletivo, que reuniu intelectuais, comerciantes, industriais, lavradores enfim, todos os filhos de Teresópolis, que trabalham e anseiam pelo seu progresso, num congraçamento espontâneo de colaboração. Ela vem satisfazer os anseios espirituais de alguns, e materialisar a idéia de muitos dos que admiram e amam esta cidade e que sempre desejaram objetivar um meio de propagar-lhe as belezas naturais, o clima e as inúmeras riquezas de que é possuidora, afim de torná-la conhecida, admirada e exaltada por todos”, dizia.
     Numa época em que a imprensa regular no município tinha como semanários os jornais Teresópolis e Gazeta, a Serrana, como era mais conhecida a publicação, tornou-se um título tão importante que vários interessados tentaram fazê-la ressurgir em outras fases: Em janeiro de 1976, Léo Torrents e Carlos Amorim editaram dez números. Entre dezembro de 1977 e dezembro de 1979, sob a responsabilidade de José Maurício Elarrat, sairam as edições 64 a 82. Nas primeiras edições desta terceira fase, que é sequência ininterrupta da segunda, a revista contou com importantes nomes da imprensa local, entre eles, Almeida Pinto, Alzedir Queiroz, Amaury Santos, Cesar Vieira Bastos, Deraldo Portela, Hélio Delgado, João Oscar do Amaral Pinto, Luiz Cataldi, Mendel Dyckerman, Oliveira e Silva, Rubens Tavares, Saul Mari-ano e Waldemar Lopes. Nos últimos números da Serrana de Elarrat, também colaboraram Dario Vieira, Orlando Magalhães, Marbil Rodrigues, Ama-deu Laginestra, Arnaldo Barbosa, Gastão Neves, Gilberto Arêas, Gustavo Smidth, Indio Brasileiro da Rocha, Léa Lippi Rodrigues, M. de Araújo Peres, Roberto Lippi Rodrigues, Ruyz Alcântara de Carvalho, Sebastião Aragão Filho, Vanildo de Sena, Victor Jahara e Vidocq Casas.
     Depois de seis meses fora de circulação, a Serrana ressurgiu em sua quarta e última fase, quando revezaram na editoria  Dario Vieira, Theomar Jones e Orlando Magalhães. A revista manteve a maioria dos colaboradores da versão anterior e passou a contar também com Edson Amaral, A. Sumavielle, Pedro Marcelino, Sandra de Oliveira, Paulo Bento Machado e Marcos Pereira. Evoluindo inversamente, em vez da composição eletrônica, os textos da Serrana dos números 83 a 88 eram confeccionados em linotipo e, como na época de Renato Ferro, duas décadas e meia atrás, também com tipos móveis. Foi um período sofrível da revista que tinha a proposta de manter-se mensal, mas editou apenas seis números em dois anos e meio.
     Dedicada ao jornalista Nilo Tavares, ao radialista Paulo Roberto, ao pintor Fernando Martins e aos empresários Djalma Monteiro, Pedro Serrado e Waldemar de Oliveira, a edição número 1 da Revista Serrana, de fevereiro de 1956, tinha Mirian Sitonio como Garota da Capa e textos primorosos do médico Antônio Sumavielle além de, entre outros, Alice Nunes, Rubem Alsina e Timbira de Carvalho.