quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O Castelo Montebelo - jóia rara no centro de Teresópolis

O castelo Montebello, na época da construção
     Com traços que remontam as épocas vividas pelos senhores que erguiam ainda a bandeira do feudalismo, o magnífico Castelo Montebello foi palco para as aventuras da Jovem Guarda e para confraternizações da sociedade teresopolitana e, embora sua história não tenha grande referência para a memória municipal, transformou-se numa referência turística de Teresópolis.

     Sua construção teve início em meados dos anos 1930, pelo então embaixador do Brasil no México, Antonio Feitosa. EM 1946, após a morte do proprietário o castelo ficou em total abandono e a propriedade foi colocada à venda. Em 1950, o químico-farmaceutico Cyrillo Monthé e sua esposa compraram o castelo, reformando-o. Em evento no Rio de Janeiro, Monthé conheceu o arquiteto alemão Eugen Lutter Klass, que acabara de ser premiado na Alemanha com um projeto que mostrava como seria um castelo no século 21. O arquiteto Eugen recebeu, então, a proposta de colocar seu projeto vencedor em prática, mesclando recursos de uma casa moderna com a preservação de um lugar histórico.

     Dentre as belezas e raridades do Castelo Montebello, estão os vitrais que reproduzem a Santa Ceia, vindos da Hungria na década de 50. Um dos locais que mais agrada aos visitantes é o salão de festas, onde já foram realizadas importantes apresentações musicais. No calabouço, três salas: uma adega com capacidade para mais de 500 garrafas; uma sala que era usada para guardar objetos pessoais, como uma coleção de discos de vinil; e um salão de armas. Com a morte do Sr. Mothé, um dos seus três herdeiros, administrador do castelo, desfez-se do estoque de armas por considerar muito perigoso.

     Entre 1953 e 1956, o castelo esteve aberto para visitação púbica, sendo depois fechado até os anos 90, quando as portas do castelo se abriram novamente, para uma festa de Halloween organizada pelo Rotary e, depois, em 2005, quando foi alugado por um mês para o SESC realizar o tradicional Festival de Inverno. Nesse período, o Castelo serviu de local para a recepção de convidados e ponto de encontro de artistas, autoridades e personalidades do mundo da arte, para troca de idéias sobre os mais variados assuntos e, antes disso, no período em que esteve fechado, fez habitar na mentes das pessoas, inclusive dos vizinhos, que o lugar seria mal assombrado.

     Com exceção de suas belezas externas, onde predominam as suas paredes adornadas com pó de pedras idênticas à época medieval, o seu interior já passou por muitas modificações, sem alterar o seu estilo. O piso, que era de madeira corrida, fora substituído pelo piso sintético, principalmente suas escadas. Os lustres deram espaços a filetes de luz fluorescente. Todo seu perfil está conservado até o segundo andar as escadas tomam forma em “”V” e nos conduzem às salas e cômodos. São exatamente três andares de beleza e imaginação. As principais portas que dividem os cômodos são trabalhados em bronze e revelam a beleza de seus vitrais os quais compõem a beleza interior. No adro do castelo registra-se uma plaqueta de inauguração do monumento, a sua história e com ela os seus personagens. A beleza natural cerca o Castelo. São árvores gigantescas e flores que tomam corpo diante de uma visão minúscula no centro de Teresópolis.