quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013


  “Os cães ladram e a caravana passa”

     Tão antigo quanto a maledicência no coração dos invejosos, um sábio ditado árabe diz que não importa o latido dos cães porque a caravana seguirá independente do barulho que eles façam. Mesmo que os latidos irritem os ouvidos e que o estardalhaço desvie por algum momento a atenção, ela seguirá seu destino porque o que move seu rumo são os sonhos de iguais. A caravana do ditado árabe alude aos invejados grupos de pessoas fortalecidas nos sentimentos do amor, da amizade e dos desejos comuns.
     Muito tempo atrás, lá vem história!, um amigo me ensinou que devemos temer duas coisas na vida: o elogio dos maus e a crítica dos bons. “Se um vagabundo te critica fica feliz, mas comece a se preocupar quando alguém de bem falar mal de você”. Quem me disse isso foi o João Oscar do Amaral Pinto, isso lá pelos idos de 1980, época em que eu sabia um pouco menos da vida do que sei  hoje.
     Lembrei do João essa semana quando ouvi dizer que o meu nome, e os de pessoas ligadas a mim, estavam sendo vilipendiados por alguns mal intencionados que militam na imprensa local. De uma hora pra outra, como se tivessem sido acordados, e supervalorizando a minha importância política, passei a ser culpado até pela renúncia do Papa. Jornal que representa mais de 90% da venda entre os jornais locais e principal tevê a cabo da cidade, e ligados a mim, O DIÁRIO e a DIÁRIO TV também foram alvo da mesma campanha difamatória encetada por essa gente indecente que se alimenta da inveja e se corrói com o sucesso alheio.
     Vivendo hoje das migalhas caídas nas sarjetas do Palácio Teresa Cristina, e escondendo-se, covardemente, atrás de empregados submissos e que acatam cegamente as vontades do patrão, que eram políticos até pouco tempo aparentemente respeitáveis, os patrocinadores dessa difamação vem tentando fazer prevalecer a máxima de Goebels, o chefe da propaganda nazista que apostava na mentira contada várias vezes na intenção de torná-la uma verdade. Seja através dos números fraudulentos de pesquisas de opinião às vésperas da eleição, ou pela opinião truncada e direcionada a interesses escusos tão distante o próximo pleito, esses mandantes fazem papel medíocre. Desantenados dos reais problemas da cidade, usam o direito da liberdade de expressão para denegrir as pessoas, valendo mais pelo mal que podem fazer aos outros que do bem que porventura seus veículos de imprensa possam produzir.
     Tenho orgulho do que sou. Tenho orgulho do que já fiz e do que faço. Tenho orgulho da história construída dia a dia e das amizades que tenho. Me regozijo ainda com as inimizades que adquiri ao longo das tantas batalhas que travei. E, aí, lembro do João novamente. “Um homem deve orgulhar-se dos amigos e do tipo de gente que o tem como inimigo”, dizia. Sabia mesmo de tudo o João Oscar, que Deus o guarde no bom lugar que ele preparou no Céu enquanto vivia sabiamente entre nós.
     ...

     Acostumado a escrever sobre a memória local, e de contar os problemas que afligem a nossa cidade, me ocupo hoje de assunto alheio ao meu texto, e me penitencio com os leitores por isso. Mas, não poderia deixar de sair em defesa da nossa caravana, e de falar dos cães que nos assediam. Embora irritem esses ataques - e esfomeados que estão, não devem desistir nossos algozes da campana que montaram em torno de nós - temos um destino traçado e precisamos de atenção diária com o nosso rumo. Por isso, e pela certeza de estarmos fazendo o que é certo, continuaremos ouvindo os cães que assacam contra nós sua fome de desgraça. Eles latirão, latirão, e a caravana seguirá incólume. É assim desde os tempos antigos, e continuará dessa forma enquanto o homem preferir invejar o próximo em vez de buscar aprender com a sua história os motivos do seu sucesso.