quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Dispor adequadamente os livros do acervo ao público,
a principal função de uma biblioteca pública

  Quem quer livros usados?

     Uma amiga divulgou nas redes sociais, dias atrás, que estava com diversos livros para serem doados. E, logo que postou a oferta no Facebook, outros informaram estar com o mesmo problema, com livros que não sabiam a quem poderia interessar.

     Em princípio, e muitos pensam assim, parece ser obrigação das bibliotecas públicas receberem esses livros. Mas, as bibliotecas não são, necessariamente, depósitos de livros e, em tempos de poucos ledores, elas vem encontrando dificuldades até mesmo para oferecer acesso aos tantos livros que já guardam, e dispor esse serviço com qualidade é a sua principal função.

     Encontrar alguém para receber o que quase ninguém mais quer guardar, ou se desfazer através de meios não convencionais de um bem que pode ainda ter valor pra alguém. Um grande dilema.

     Verdade é que o problema dos livros ofertados para doação é que eles são quase todos específicos, literatura técnica, tratando de medicina, administração, contabilidade... Ou estão ultrapassados, não interessando para quase ninguém mais. Tem também em quantidade os livros de novelas - quanta porcaria os autores americanos produziram! - cultura alienígena e mal traduzida, sem contar os exemplares de coleções incompletas, ou livros mal conservados.

     Mas, como existe também o risco, melhor, a expectativa de encontrar livros que prestem através destes anúncios de doação, bom seria que aqueles que queiram doar uma biblioteca ou um monte de livros, informassem os autores dos títulos ofertados, evitando assim a decepção dos que se interessem. Andei pensando sobre isso. Jogar fora? Colocar fogo? Não. Algumas obras mal traduzidas até merecem isso, livros ultrapassados também. Mas que crime hediondo fazer fogueira do pensamento escrito...

     Já pensou uma tenda, itinerante, com livros para doação? Um dia na Calçada da Fama, outro no Perpétuo, Meudon, Barra, aceitando e distribuindo livros, passando de mão em mão o conhecimento, proposta interessante num mundo onde é cada vez menor o número de gente interessada pela leitura...

     É uma idéia que deverá ser colocada em prática pela Cultura em breve, e se for bem assimilada pela população, fará sucesso.

     Pode estar aí a solução para o problema de quem tem livros para "jogar fora". Bom lembrar que sempre existe um pé descalço para um sapato velho e um livro, mesmo surrado pelo tempo, merece melhor destino que o lixão ou a fogueira.

Um comentário:

  1. Nosso projeto de entregar livros ao público, criação da Acadêmica Norma Freitas, continua em execução. Pode me avisar que eu pego os livros, coloco a etiqueta do Projeto e damos um jeito de distribuir em feiras, shoppings, praças etc.

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