segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O Palhaço. Apresentação de grupo de Folias de Reis em Teresópolis,
em janeiro de 2010, na praça Balthsar da Silveira

  6 de janeiro, o dia de Santos Reis

     Seis de janeiro é o dia de Santos Reis. Marca a visita de Belchior, Gaspar e Baltazar, os venerados reis magos, ao menino Jesus, tradição surgida no século VIII, quando os reis foram convertidos em santos. Na data, encerram-se para os católicos os festejos natalícios, quando devem ser desarmados os presépios e enfeites natalinos.

     Manifestação popular surgida em Portugal, onde tinha o caráter de diversão, e trazida para o Brasil no século XVIII, onde tornou-se uma festa religiosa, a Folia de Reis se apresenta a partir da noite de Natal, culminando com a apresentação de 6 de janeiro. Paramentados com roupas coloridas, acompanhados de cantadores e instrumentistas, os foliões percorrem os bairros humildes das cidades e, principalmente, a periferia e o interior, entoando versos e cantando hinos contando sobre a visita dos Reis Magos ao Menino Jesus. Passam de porta em porta em busca de oferendas, que podem variar de um prato de comida a uma simples xícara de café.

     Os principais instrumentos utilizados pela folia são a viola, violão, sanfona, chocalho, cavaquinho, triângulo, pandeiro, reco-reco e outros instrumentos e os personagens são quase sempre em número de doze pessoas, integrantes que trajam roupas bastante coloridas.

O Mestre e o Contra-Mestre são os principais nomes da folia, os donos do conhecimento sobre a manifestação, que exercem o comando sobre os foliões, na maioria, agregados dos tocadores de instrumentos. Outro ítem interessante que algumas folias apresentam é o palhaço, que brinca com o público e dissimula seu jeito cínico, tendo como função proteger o Menino Jesus, confundindo os soldados de Herodes. Seu jeito alegre e suas vestes coloridas, além de seus versos engraçados, são responsáveis pela distração e divertimento de quem assiste à apresentação. O palhaço representa o Mal e, por isso, geralmente usa máscara aterrorizante, confeccionada com pele de animal, atuando como um personagem mal-quisto no próprio grupo, de quem mantém distância.

     Comemorado nos últimos três anos com um festival de folia de reis em Teresópolis, o dia de Reis foi lembrado no último domingo no Cultura de Raiz, evento da Prefeitura organizado pela secretaria municipal de Cultura. E, para mostrar sua importância, vale transcrever a letra da música de Tim Maia, "A Festa do Santo Reis", que fala, justamente, do esquecimento do brasileiro quanto à importância do dia de Reis.

"Hoje é o dia de Santo Reis

Anda meio esquecido
Mas é o dia da festa
De Santo Reis
Hoje é o dia de Santo Reis
Anda meio esquisito
Mas é o dia da festa
De Santo Reis...

Eles chegam tocando

Sanfona e violão
Os pandeiros de fita
Carregam sempre na mão
Eles vão levando
Levando o que pode
Se deixar com eles
Eles levam até os bodes...

É os bodes da gente

É os bodes, mééé
É os bodes da gente
É os bodes, mééé...

Hoje é o dia de Santo Reis

Hoje é o dia de Santo Reis
Hoje é o dia, hié! hié!
De Santo Reis
Hoje é o dia de Santo Reis
É o dia da festa, hié! hié!..
                                                            "

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